Descrição geral do projecto
No início da epidemia do Vírus da Imunodeficiência Humana (VIH/SIDA) as prostitutas chegaram a ser consideradas culpadas por disseminar a doença. Vários países vêm observando as vantagens e desvantagens da regulamentação, proibição ou tolerância da prostituição. Porém, as perspectivas adoptadas são incoerentes, uma vez que muitos países reconhecem a indústria do sexo, mas tornam ilegais todos os aspectos relacionados com ela, como a gestão desse trabalho. Esse tipo de tolerância também pode ser discriminatório, sobretudo no uso exagerado de eufemismos para tentar amenizar o preconceito e a discriminação.
Nesse sentido, a realização de consultas médicas nos locais de trabalho da prostituição é uma medida inovadora no distrito de Coimbra, que promete novos e esperançosos avanços a nível de saúde, consciência e responsabilização, tanto para este grupo alvo como para o resto da população.Esta primeira medida abrange a educação para a saúde, as consultas médicas, a prevenção e o apoio psicossocial. Esta abordagem no local de trabalho tem em vista ser o ponto de união entre a prostituição feminina e o Serviço Nacional de Saúde. O acesso facilitado aos cuidados de saúde no local de trabalho, com o consequente desenvolvimento de confiança com os médicos e todos os profissionais da equipa, empáticos e motivados, vão ser a chave para uma integração posterior e voluntária deste grupo alvo no Serviço Nacional de Saúde.
OBJECTIVOS
- Promover a saúde, a prevenção e tratamento da doença, reabilitação, redução de danos e reinserção, com o desenvolvimento de acções de educação para a saúde, promoção de estilos de vida saudável, e prevenção de comportamentos de risco;
- Obter ganhos em saúde e mais saúde para todos, através do desenvolvimento da dimensão social das intervenções na saúde, com a promoção da mesma em grupos específicos, vulneráveis e alvo de exclusão social;
- Contribuir para a democratização do conhecimento do processo saúde/doença, da organização dos serviços e da produção social da saúde e para a gestão da mudança centrada no cidadão;
- Prestar assistência integral, contínua e de boa qualidade às necessidades de saúde da população que se prostitui;
- Organizar o sistema de informação de saúde da população feminina que se prostitui, quanto ao diagnóstico da situação de saúde ligada à sua profissão e aos riscos/patologias associadas;
- Provocar o reconhecimento à saúde como um direito de cidadania, garantindo o acesso da população que se prostitui aos demais níveis de cuidados de saúde, numa base equitativa e participativa;
- Promover a reinserção e a inclusão social;
- Promover a igualdade de género e a cidadania;
- Fomentar a não-violência e detectá-la quando existir, garantindo a posterior referenciação a estruturas de apoio sociais e judiciais.
Destinatários|as
- Público em Geral;
- Mulheres Trabalhadoras do Sexo.
Local
- Coimbra
Duração
- 12 meses (de Junho de 2011 a Maio de 2012)
Actividades
- Preparação, planeamento, organização e recrutamento
- Giro (Consulta na Unidade Móvel)
- Consulta no Centro de Saúde de São Martinho do Bispo
- Dinâmica de grupo e treino de competências pessoais e sociais e Yoga do Riso
- Educação para saúde pelos (inter)pares
- Investigação
- Avaliação dos indicadores clínicos e construção de um relatório
- Seminário
Entidade Financiadora
